Há 15 anos ocorria o primeiro ensaio de teatro da IENH. Em uma sala localizada no prédio B da Unidade Fundação Evangélica, estavam reunidos os estudantes do Ensino Médio que tinham interesse em encenar, se expressar através da arte.
As aulas de teatro oferecidas como atividades extracurriculares iniciaram em 2002 na Fundação Evangélica e, no ano seguinte, 2003, nas Unidades Pindorama e Oswaldo Cruz. Desde o começo, o Professor Fábio Moutinho Ferraz, que até hoje coordena as grupos teatrais, esteve à frente do trabalho com teatro na Instituição.
Ao longo dos 15 anos, centenas de alunos ensaiaram e entraram no palco para dar vida a personagens criados pelo Professor Fábio. Peças como Chapliniando (Unidade Oswaldo Cruz), O Jardim Encantado (Unidade Pindorama), As Aventuras da Bíblia, A Comédia Errada e Trianon (Unidade Fundação Evangélica) foram produzidas pelos grupos do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, obras como “Quem pode mais, chora menos”, “Bem-vindos ao Pan Americano Palace Hotel”, “O Moço que casou com a Megera”, “As Voltas de Viramundo” e “La Pasión de Eva Perón” marcaram a trajetória do grupo.
“Não temos nome ainda” é o grupo mais antigo na IENH. O nome curioso é resultado de uma história divertida vivida em 2002, na época, por alunos do Ensino Médio, e que é sempre lembrada pelo Professor Fábio: -“Quando iríamos participar pela primeira vez da mostra de teatro da Rede Sinodal, a ficha de inscrição foi enviada pela organização no mês de julho, quando os alunos estavam em férias e, até aquele momento não tínhamos escolhido um nome para o grupo. Respeitando o prazo de inscrição, mandei a mesma, avisando: NÃO TEMOS NOME AINDA. Na confirmação para participação recebemos a identificação “Grupo: NÃO TEMOS NOME AINDA”. O episódio foi motivo de muito riso para o grupo, que se batizou com tal nome”.
Em 2007, “Não temos nome ainda” passou a também ser formado por ex-alunos da IENH. Na época, estudantes formados no Ensino Médio contataram o Professor Fábio demonstrando desejo em continuar fazendo teatro no ramo amador. Desde então, reúnem-se visando o estudo do teatro em suas variadas linguagens, a abertura de um novo espaço no cenário cultural de Novo Hamburgo e a continuidade do vínculo criado pelo teatro entre as pessoas.
Com ensaios semanais, os ex-alunos já produziram peças como “O Grande Circo da Imaginação”, um espetáculo infantil que trata da história da menina Maria Antônia que encontra um grupo de palhaços que, sem circo para trabalhar, traz para a criança a grandeza do imaginar. “A vida vivida de Zé Beré” está em fase de montagem e será o primeiro espetáculo adulto do grupo. Em forma de cordel, uma peça toda escrita em verso, os ex-alunos contarão a história de Zé Beré, um conquistador barato que se aproveita das mulheres e que encara o preço de suas aventuras.
Um dos destaques do teatro da IENH é a Cozinha Cultural, inaugurada em 2015, na Unidade Fundação Evangélica. Inicialmente uma cozinha, hoje o ambiente trata-se de uma sala de teatro, em que ocorrem os ensaios e apresentações. Reformado através de uma parceria entre os ex-alunos e a direção da escola, o local busca ser referência na disseminação da cultura na cidade. Desde a inauguração, mais de 250 pessoas prestigiaram o grupo “Não temos nome ainda”, no ambiente que comporta 35 pessoas por sessão.
Amante de teatro e matemática, o Professor Fábio afirma que a relação entre arte e educação conduziu os 15 anos do teatro na IENH proporcionando crescimento aos estudantes:
“O teatro na escola é o espaço onde o aluno pode crescer em sua plenitude, pois é através do teatro que ele pode vivenciar a experiência da arte. O teatro é peça chave para que o estudante possa desenvolver a liderança, o espírito de grupo, a organização, a autonomia criativa, a percepção corporal e vocal, a pesquisa e a improvisação, o que faz com que este aluno se comunique melhor e cresça em sala de aula nos demais componentes curriculares. Além disso, fazer parte de um grupo da escola faz com que o aluno ame a cada dia mais a escola que representa”.