Em 2017, o Programa Cultural Arte em Movimento, que integra os Programas Socioambientais da IENH completa 10 anos de existência.
Reunindo cerca de 40 participantes por ano, o Programa busca disseminar conhecimentos teóricos e práticos da música através de oficinas, visando a expressão de talentos, desenvolvimento da liderança e autoestima. Neste ano, o trabalho é desenvolvido com meninas de 10 a 16 anos do CECRIFE – Centro Cristão Feminino, Lar da Menina e alunas das Escolas Municipais Affonso Penna, Martha Wartenberg e Bem-Te-Vi. Com o violão, o teclado, a flauta, o violino e a voz, as meninas cantam e encantam.
Conversamos com a Coordenadora dos Programas Socioambientais da IENH – Isabel Cristina Vetter Lizakoski, que contou um pouco da história da primeira década do Programa Cultural. Confira:
Desde quando você acompanha o Programa Cultural Arte em Movimento?
Isabel – Acompanho desde 2007, quando iniciaram as atividades.
Qual é a importância do Programa para a vida das participantes?
Isabel – A arte possibilita o espaço de promoção da cidadania, de expressão de talentos, desenvolvimento da liderança e autoestima das meninas. Os conteúdos de cada oficina são organizados de forma significativa, para que perpassassem o sentido existencial para as jovens, viabilizando escolhas voltadas à saúde e valorização da vida. Por meio da arte, cada pessoa aperfeiçoa e desenvolve a percepção, a observação, o raciocínio, a imaginação, a expressão por meio da música, potencializando a aprendizagem
O que representa para você a primeira década de existência do Programa?
Isabel – Sem dúvida é um marco para a arte e cultura. Os dez anos contribuíram de diferentes maneiras no desenvolvimento de crianças e jovens. A trajetória do programa evidencia o investimento da IENH com a vulnerabilidade social e o resgate da cidadania. Nestes 10 anos, foram beneficiadas 422 crianças e jovens do Lar da Menina, Centro Cristão Feminino e Querubim, AMO - Associação de Assistência em Oncopediatria, Escola Municipal de Ensino Fundamental Affonso Penna, Escola Municipal de Ensino Fundamental Martha Wartenberg, Centro de Vivência Redentora, Associação Beneficente Evangélica Floresta Imperial, Ação Encontro.
Algum momento especial com o grupo para destacar nestes 10 anos?
Isabel – Todos os recitais e apresentações do grupo emocionam e evidenciam a conquista do esforço e a superação das crianças e jovens, assim como da equipe de professores que atuam no Arte em Movimento. Talvez um fator marcante dos 10 anos, foi a participação da Stefani, menina da AMO, com deficiência visual causada pelo câncer. Ela estudava na Escola Martha Wartenberg e foi a grande motivadora das meninas do Lar da Menina e do Cecrife Querubim para aprenderem a tocar teclado com a sua orientação. Dotada de uma belíssima voz, motivava e liderava o canto entre as meninas. Infelizmente, a Stefani faleceu devido ao câncer e deixou saudade no grupo, mas também a sua marca de talento e resiliência diante do grande desafio da doença. Stefani representa, entre tantas outras meninas do Arte em Movimento, a grande oportunidade de desenvolver suas potencialidades criadoras por meio da arte e a capacidade de releitura das suas vidas.